28 de jul. de 2011

HISTÓRIA DA ARTE PARAÍBANA - ANOS 1940 à 1950

José Lyra - Barra do Gramame

O Centro de Artes Plásticas da Paraíba, instalado em 1947, em um prédio na rua Barão do Triunfo, no centro de João Pessoa, tinha como proposta o ensino livre das artes que teria mais tarde sua continuação com o Grupo Tomás Santa Rosa e o Departamento Cultural da UFPB, já nos anos 1960. "O CAP, entidade sem fins lucrativos, recebia algum apoio financeiro do Governo para sua manutenção, graças a um projeto do então deputado e colecionador, Dr. João Lélis. Foram esses artistas – José Lyra, Olívio Pinto, Pinto Serrano e Hermano José – responsáveis pela modernização tardia das artes plásticas no Estado, com as primeiras tentativas de ruptura com o academismo sem, contudo, deixar alguns deles a tradição da pintura da cena urbana e marítima, suas contribuições mais importantes à história da arte na Paraíba." (SILVA JÚNIOR, 1977)

José Lyra - Retrato de Tinet - 1947 - Acervo UFPBNo livro Os anos 60 – revisão das artes plásticas da Paraíba, Raul Córdula escreve: "Antes da intensificação do movimento de artes plásticas que caracterizou os anos 60 houve em João Pessoa um aglomerado de artistas de cavalete que, reunidos no Centro de Artes Plásticas da Paraíba, assumiu a pintura de paisagens e retratos da cidade daquela época. A esses artistas, envolvidos no bucolismo da Felipéia, leitores de Rainer Maria Rilke e Marcel Proust, decupadores dos tons de verde vegetal e marinho, seguidores dos pintores franceses, de Monet a Matisse, os jovens artistas dos anos 60 devem o sereno exemplo da humildade. Foi no Centro de Artes Plásticas que Ivan Freitas, Archidy Picado e Breno Mattos iniciaram-se através da orientação de José Lyra, Olívio Pinto, Pinto Serrano e Hermano José. Ivan Freitas deixou a Paraíba em 1957, mas continuou aqui o seu gesto criador como lenda que servia de apoio às novas atitudes dos então 'enumerados' artistas jovens advindos da Geração 59. Archidy Picado, desde cedo rompeu com a norma vigente e, entre viagens ao Rio de Janeiro, freqüentou o ateliê de Ivan Serpa no MAM [Museu de Arte Moderna] onde conheceu artistas atuantes e novas realidades. De volta a João Pessoa, Archidy instalou em sua casa, no bairro de Jaguaribe, seu ateliê que foi freqüentado por Antônio Cândido, Marconi Beniz e por mim." (CÓRDULA, SILVA JÚNIOR, 1979)

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