22 de jul. de 2011

HISTÓRIA DA ARTE PARAIBANA - SÉCULO XVII - ARQUITETURA BARROCA

Igreja de São Francisco

A partir do século XVII é inegável a contribuição das ordens religiosas através da construção de seus templos, onde se destaca uma arquitetura rica de detalhes nas pinturas dos forros, nos painéis de azulejos e nas cantarias, em que vai se delineando a introdução de uma obra plástica na vida desta cidade de pouco mais de mil habitantes. Segundo o professor Gabriel Bechara, "se até hoje os estudos históricos sobre a arte paraibana não puderam caracterizar uma escola artística local a exemplo de Pernambuco, Bahia, Minas e Rio de Janeiro durante a Colônia, é possível, entretanto, perceber no legado em pedra dos entalhadores, uma singularidade que diferencia a produção da Paraíba desde o século XVII no âmbito regional. Porém nem mesmo esta tradição de escultores em pedra calcária que vigorou até o final do século XVIII, tampouco os trabalhos deixados por artistas de outras regiões como os do bahiano José Joaquim da Rocha, autor do teto do convento franciscano, conseguiram manter viva durante o século XIX, em meio à crise econômica permanente, uma produção artística à altura do passado." (BECHARA, 1990)

E, como exemplo da arquitetura religiosa em vigor, deve-se citar a obra barroca edificada pelos franciscanos na cidade. Realmente, não existe no Nordeste brasileiro uma construção artística de puro barroco como o conjunto Igreja de São Francisco e Convento de Santo Antônio, localizado no Largo de São Francisco, centro de João Pessoa. "A Igreja mais linda do Brasil", como afirmou Mário de Andrade. Não é conhecido o nome do operário-mestre que o teria dirigido. O seu arquiteto deveria ser português, em função da origem da obra.

Painel de azulejo, parede lateral do adro ->

"É um monumento simples e adequado ao nosso clima tropical. Sua construção foi iniciada em 1589. Os azulejos ainda se conservam intactos na parte interna e ostentam passagens da História Sagrada. Na composição arquitetônica da igreja há muita referência à cor local. No pórtico principal, parte interna, nos enfeites em pedra, ao lado e em cima, o cajú e outras frutas brasileiras surgem como um motivo de pura arte popular. Os altares da igreja são ornados de trabalhos de fina talha e revestidos alguns deles de uma camada de folhas de ouro. Tudo obedece a um estilo barroco-romano. É obra de artista desconhecido, significando, nos motivos, a glorificação de Nossa Senhora e a apoteose de São Francisco no Céu. O rodapé de azulejos portugueses representa a história de São José do Egito. Obra de talha dourada, o púlpito destaca-se no ambiente pela sua beleza, o mesmo acontecendo com as ombreiras das portas principais da igreja, que dão para o vestíbulo." (BURITY, 1999).
Leão de Fô, de nítida inspiração oriental, no paredão do adro

Nenhum comentário: